Pernambuco é um dos maiores produtores de música boa do Brasil.
Pesquise sobre a história da música e perceba que lá ferveu muita coisa interessante que pode ser exemplificada pelo movimento Armorial - capitaneado por Ariano Suassuna (que é paraibano - mas foi radicado em Pernambuco) e Antonio Nóbrega - e o mais contemporâneo Mangue Bit, que tem como referências Chico Science e Fred Zero Quatro.
O primeiro movimento tinha como intenção produzir o que Suassuna chama de "música pura brasileira", ou seja, aquele som que mostrasse exatamente a cara do Brasil. Já o Mangue Bit bebe na fonte das manifestações locais mas também insere em sua música elementos "importados" eletrificados, como a guitarra que traduz bem o ritmo estrangeiro "temido" pelo dramaturgo nordestino: o rock.
Sheik Tosado é mais a cara do Mangue Bit e representa aquilo que eu chamo de "banda relâmpago", não só pela sua breve vida nos palcos, mas também pelo seu som hardcore com velocida bem elevada.
Nasceu em 1996 e acabou em 1999. Nesse meio tempo, participou de importantes festivais como o Abril pro Rock e o Rock in Rio 3, além de deixar um filho único, que foi o disco lançado pela Trama Som de Caráter Urbano e de Salão.
O disco que não chega a atingir 30 minutos de duração é o que de mais agressivo e antropofágico se produziu no hardcore brasileiro. Nota-se várias referências de maracatu, frevo (que a banda classifica como o autêntico hardcore brasileiro), e diversos ritmos regionais pernambucanos. Talvez a faixa "Repente Envenenado" seja um grande agradecimento às essas influências e referências para a banda.
Esse registro único e definitivo do Sheik Tosado é recomendado ouvir em volume alto e com um certo espaço para se pogar e... dançar. Por que não?
SUBVERTA-SE!
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